sexta-feira, 4 de abril de 2008

'Tá bem, abelha

«Cell phone mobile radiation could heat the side of the head or potentially thermoelectrically interact with the brain to convert the user's head into an antenna.
Cell phones were the focus of a 15-month study by an award-winning cancer expert who says the handsets are more dangerous than smoking cigarettes».

By: Kristin Turner
Apr 1, 2008, 11:10 AM EDT


"A radiação dos telemóveis pode induzir aquecimento na cabeça ou interagir termoelectricamente com o cérebro, convertendo a cabeça da pessoa numa antena.
Os telefones móveis foram exaustivamente analisados num estudo realizado ao longo de quinze meses, da autoria de um perito em oncologia vencedor de diversos prémios, que diz serem estes aparelhos mais perigosos do que o tabaco.
"

Pois é, já tinha havido por aí uns zum-zuns mas, como não existe ainda uma indústria com interesses no ramo (medicinas alternativas, ginásios, medicamentos, etc.), para já a coisa fica assim. Até ver. As invenções mirabolantes e a perseguição fundamentalista ao telemóvel apenas surgirão quando isso convier a uma nova e florescente máfia de industriais; e só nessa altura, muito provavelmente quando se esgotar o filão do anti-tabagismo, surgirão os movimentos terroristas - tradicionalmente travestidos de ecologistas e de amiguinhos da saúde - que se encarregarão de, mais uma vez, espalhar militantemente a "boa nova": afinal, o mal, o verdadeiro Mal, reside no maldito telelé.

Esse futuramente proscrito aparelhinho reúne todas as condições para substituir o cigarrito como alvo a abater: foi, desde sempre, considerado como factor de prestígio e de promoção social; é altamente viciante e provoca dependência psíquica e, de certa forma, também física; os agarrados sentem prazer no seu manuseamento, chegando a utilizá-lo por tudo e por nada, mesmo quando não têm qualquer necessidade para isso; alguns dos mais dependentes chegam a sentir verdadeiro prazer físico, seja quando compram mais um, seja simplesmente quando isso os faz sentir mais próximos dos outros, menos sós, como pertencendo a uma comunidade; no fundo, aquilo é um amigo fiel, um companheiro divertido, algo que ajuda qualquer pessoa a passar menos mal pelo inferno do quotidiano.

Exactamente como o tabaco, está bem de ver. E as semelhanças - o que se pode dizer de uma coisa, pode dizer-se também da outra - não ficam por aqui: ambos são vícios extremamente caros (logo, muitíssimo apetecíveis para as máfias industriais) e ambos contêm um carácter de individualidade, independência e liberdade que não convêm nada, mas mesmo nada, ao statu quo politicamente correcto.

A lógica da dependência é rigorosamente a mesma, num caso e noutro. Adivinhar o futuro, assim, é tão fácil que até chateia.

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