Tango Fumando Espero, também conhecido por Fumar es un placer, celebrizado por Sara Montiel no filme El ultimo cuple de 1957.
terça-feira, 24 de junho de 2008
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Cantigas de "bandido"
Lá fora na rua, um agrupamento musical iniciava o “Cheira a Lisboa”, quando o ancião do pátio me estendeu a mão em convite para uma dança, que aceitei colocando de lado o cigarro que acabava de acender. Terminados os passos e entre dois dedos de prosa com aroma a inquérito, o senhor fez questão de me apresentar o neto, retirando-se com um pretexto qualquer. Mais um armado em Santo António – pensei com os meus botões.
A conversa logo se revelou enfadonha, esperando a primeira oportunidade para me escapar educadamente. Preparei-me para fumar um cigarro, procurando na mala o isqueiro que teimava em não aparecer, quando o mocinho me disse: por acaso...? Cedi-lhe um cigarro do maço. Completou a frase enfeitada dum risinho: por acaso não é um extintor? É que estou a arder. Estagnei por segundos, não querendo acreditar no piropo fatela que acabava de ouvir. Indecisa entre o “vai sozinho ou precisa que o mande?” e mais umas quantas que voaram na minha cabeça, dei meia volta e fui saborear o meu cigarro junto dumas amigas que gargalhavam da situação.
No salto de dois cigarros o tempo duma dança e o mote para as conversas que se arrastaram pela noite. Entre as mulheres a sentença foi dada: no que toca a sedução, é proibido canastrão. Havendo gostos para tudo, que não se discutem, nisto de cantigas de “bandido” convém que o radar esteja a funcionar, a modos que o “É proibido fumar” nem sempre soa bem, sendo que o charme é daquelas coisas, ou se tem naturalmente ou não se tem.
Este post também foi publicado no CC&Cª
sábado, 14 de junho de 2008
História do fumo VI - Nem mais
http://www.youtube.com/watch?v=rNj5iCU5mLg
O que tem a União Europeia a ver com o antitabagismo militante? Tudo: o antitabagismo militante é uma das faces visíveis da ditadura politicamente correcta em que vivemos desde, pelo menos, 1986.
O que tem Vladimir Konstantinovich Bukovsky a ver com a União Europeia? Tudo: ele foi uma das vítimas do centralismo burocrático de uma outra União, a Soviética.
12 anos em prisões, gulags e instituições "psiquiátricas" do regime soviético são um currículo mais do que suficiente para que ele tenha compreendido a natureza... contra-natura das ditaduras imperiais, das uniões forçadas de povos, da terraplanagem ideológica de culturas nacionais e da destruição de todos os direitos individuais - em nome de uma utopia teoricamente altruísta. Tudo aquilo, enfim, em que se baseava o império soviético e que explica, por antecipação e por simples analogia, o passado, o presente e o futuro do império europeu.
via
quarta-feira, 11 de junho de 2008
As últimas vontades
Deixa ficar a flor,
a morte na gaveta,
o tempo no degrau.
Conheces o degrau:
o sétimo degrau
depois do patamar;
o que range ao passares;
o que foi esconderijo
do maço de cigarros
fumado às escondidas...
Deixa ficar a flor.
E nem murmures.Deixa
o tempo no degrau,
a morte na gaveta.
Conheces a gaveta:
a primeira da esquerda,
que se mantém fechada.
Quem atirou a chave
pela janela fora?
Na batalha do ódio,
destruam-se,fechados,
sem tréguas,os retratos!
Deixa ficar a flor.
A flor? Não a conheces.
Bem sei.Nem eu.Ninguém.
Deixa ficar a flor.
Não digas nada.Ouve.
Não ouves o degrau?
Quem sobe agora a escada?
Como vem devagar!
Tão devagar que sobe...
Não digas nada.Ouve:
é com certeza alguém,
alguém que traz a chave.
Deixa ficar a flor.
David Mourão Ferreira
Fonte (imagem e texto): As Tormentas
Um bom motivo para deixar de fumar
http://www.youtube.com/watch?v=ucL6pgo3Uj4
Viva Portugal, raios!
Via
Por simples pudor, deixem-me dizer alguma coisa em letra miudinha.
Acrescentar umas coisas meio envergonhadas, encabuladas, sem jeito.
É que isto é esmagador, caramba. Isto, Susana Félix, isto, esta música celestial, este "Flutuo". Absolutamente perfeitas, ela e ela, de uma beleza cálida, reservada, cristalina, tão modesta quanto imponente. Uma beleza simples que lembra, quase dolorosamente, aquela florzinha silvestre que apanhámos - nós todos - algures na nossa infância, e que oferecemos à pessoa de quem mais gostavamos então - a uma amiga querida, a nossa mãe, a nós mesmos quando nos faltava alguém para estender a mão. Perfeitas, ambas as coisas, e sem mácula. Por isso o orgulho, daí a emoção: são portugueses estes dois milagres, valha-me Deus!
P.S.: o videoclip? Genial!