terça-feira, 19 de agosto de 2008

Nunca mais acaba a porcaria dos Jogos Olímpicos



Manhã cinzenta
Faz-me chorar
A chuva lembra
O teu olhar
As folhas mortas
Caem no chão
A dor aperta
O coração.
Quanto eu não daria
Para poder voltar atrás
Volta para o meu peito
Daqui não saias mais.

Perdi-me amor
Pra te encontrar
Na solidão
Do teu olhar
No teu olhar
Se perde o meu
Também o mar
Se perde no céu
Quanto eu não daria
Para poder voltar atrás
Volta para o meu peito
Daqui não saias mais.

"Voltar", de Rodrigo Leão

Medalha de ouro nos 110 versos barreiras.



Um dentista fica incapacitado para o trabalho, por motivo de doença, de cada vez que chumba um dente a um paciente seu?
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P.S. 1: depois de ouvir um pivô no directo deste assalto a falar em atiradores fortuitos (exacto, leram bem, fortuito) quando na GOE e afins só existem, e só podem existir, atiradores especializados (os tais Snipers), cuja profissão é o tiro certeiro, não entendo porque ainda me espanto com semelhantes manchetes.

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P.S. 2: as baixas não são psicológicas, são médicas. Psicólogos não podem passar baixas nem medicamentos, isso é do âmbito dos (médicos) psiquiatras, ou do médico de família como erradamente se tem generalizado.

Grande mulher


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quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Contextos há muitos

Não é notícia recente o “passar a bola” da cobrança da multa a José Sócrates, por este ter fumado num avião. António Nunes, da ASAE, escusa-se à aplicação da legislação, que segundo ele «depende do contexto em que a infracção é cometida e das circunstâncias».

Desconheço que a lei "anti-tabagista" faça referências a contextos, de qualquer forma, penso que nesta aberrante lei, como em tantas outras, apenas há dois contextos: o de nepotismo e o de imposição. Aos “eleitos” aplica-se a onda do “favor” entre compinchas implicitamente acima da lei, ao comum cidadão aplica-se a subjugação ao fundamentalismo na onda do "pagas e não bufas".

Mas adiante. Para registo, aqui fica a transcrição do artigo «Sócrates pretende pagar multa que ninguém quer cobrar» no Portugal Diário:
A polémica estalou depois do primeiro-ministro ter fumado a bordo de um avião quando ia de visita oficial à Venezuela. José Sócrates quis pagar a multa correspondente, depois de ter apresentado desculpas públicas, mas, aparentemente, ninguém o quer multar, segundo noticia o Jornal de Notícias na edição desta quarta-feira.

O diário explica que o chefe do Governo, segundo fonte do seu gabinete, «tentou apurar» que multa deveria pagar pela infracção. Mas, surpreendentemente, segundo foi dito ao JN, «a questão andou de organismo em organismo, sem que a respostas tivesse sido conclusiva».

Depois do incidente, registado em Maio, e noticiado num artigo do enviado do jornal Público, que acompanhava a viagem do primeiro-ministro à Venezuela, a TAP explicara que por se tratar de um avião fretado a lei não se aplicaria.

Porém, este não foi o entendimento da ministra da Saúde, Ana Jorge. Perante a ausência de qualquer penalização, o deputado do BE João Semedo enviou uma missiva à governante questionando-a sobre este assunto. Esta garantiu que o acto era ilegal. «Compete à ASAE e à Direcção-Geral do Consumidor a instrução de procedimento contra-ordenacional», disse, numa carta assinada pela sua chefe de gabinete, e citada esta quarta-feira pelo JN.

Porém, o inspector-geral da ASAE, António Nunes, contactado pelo diário, disse que o organismo que dirige não tem o exclusivo de lavrar autos de fiscalização da Lei do Tabaco, por que isso «depende do contexto em que a infracção é cometida e das circunstâncias».

Segundo António Nunes, será a GNR ou à PSP que compete a responsabilidade. Mas se é a esta última força que compete a fiscalização do cumprimento da lei nos aeroportos e lavrar o auto, já relativamente aos casos verificados dentro dos aparelhos não parece ser tão claro que seja assim. A Direcção Nacional da PSP disse ao JN que é o comandante que pode «solicitar antecipadamente (com a Torre de Controlo) a presença das autoridades policiais para identificarem o passageiro e preencherem o auto de notícia respectivo». O que não aconteceu.

«Tendo presente que a instrução dos processos é da responsabilidade da ASAE, solicito que obtenha esses dados junto daquela entidade», disse a PSP ao jornal.

José Sócrates pode querer pagar a multa. Mas ninguém parece saber, ou querer, multá-lo.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Yes


Yes Lyrics
Soon Lyrics

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

e-cigarros

cigarro electrónico

Não deita fumo, não produz cinza nem sobram beatas. Não está previsto na lei - logo, é legal - e não é crível que alguém se possa chatear por ter um "fumador" destes "e-cigarros" ao lado, mesmo num restaurante apinhado de gente.

Ou seja, e isso já não é nada mau, acabou-se de vez a proibição de fumar seja onde for, mesmo nos aviões, em plena coxia, ou até numa circunspecta e grave sala de audiências de qualquer tribunal. Quanto mais não seja pela inolvidável experiência (e pelo gozo que deve dar a cara desconsolada dos antitabagistas circunstantes), valerá a pena comprar um "gadget" destes. O prazer de fumar em plenas trombas dos puritanos macabros valerá com certeza o preço (80 €) - não muito convidativo, mas vale pela "causa" de os chatear mesmo, aos tais puritanos - e, ainda que não seja exactamente a mesma coisa que fumar um verdadeiro cigarro, até pode ser que ao menos se consiga com isto evitar os efeitos colaterais da abstinência prolongada.

Esta nova engenhoca fumadora implica no imediato uma espécie de pequena revolução nos costumes: liquidado na origem o pretexto (o fumo passivo) para a proibição, será curioso verificar agora o que mais será inventado para perseguir os novíssimos e-fumadores. Tenho um palpite sobre isto, e um palpite que não é nada de difícil digestão nem requer grandes dotes de adivinhação: deparando com o e-fumo, coisa que nunca tinha passado pela cabeça do mais macabro dos fundamentalistas, aqueles que extraordinariamente se preocupam com a saúde alheia hão-de alegar que ninguém tem o direito de dar cabo da própria saúde.

Nisto, sinceramente, até estou de acordo... para variar. De facto, não me custa absolutamente nada presumir que este "fumo electrónico" poderá vir a ter, a longo ou a médio prazo, consequências muito mais perniciosas para os "fumadores" do que o tabaco propriamente dito. Existe uma reacção química, envolvendo diversas substâncias, todas elas artificiais, que injecta uma certa dose de nicotina no organismo; portanto, pelo menos em teoria, o nicotinodependente poderá aplacar momentânea e transitoriamente a sua dependência. Porém, esta invenção é ainda muito recente e não há, por conseguinte, quaisquer termos de comparação nem estudos ou estatísticas que suportem ou contradigam a sua (relativa) inocuidade. Fumar cigarros (uma invenção de finais do século XVIII) é muito mais pernicioso do que fumar por cachimbo e este muito mais perigoso para a saúde do que os charutos; tudo depende do grau de industrialização, os processos de fabrico, as transformações e os aditivos químicos por que o produto passa, desde a plantação até ao acender do fósforo, e finalmente pela forma ou pelo dispositivo que se usa para inalar (ou não) o tabaco propriamente dito.

No caso dos e-cigarros pura e simplesmente não existe tabaco algum, apenas o seu "princípio activo", por assim dizer, a nicotina. Ora, se o hábito de fumar se resumisse à nicotina, então seria facílimo deixar de fumar - o que, como sabemos, mesmo com injecções, pensos e substitutos diversos daquela substância, é praticamente impossível.

Sem força de vontade, nada feito. Quem quer deixar de fumar, tem de ter primeiro a vontade e depois a força. Só assim conseguirá largar de vez o vício.

Mas, para quem não quer, isto é, para aqueles que nunca tentaram nem querem tentar deixar de fumar, os e-cigarros podem ser uma boa forma de contornar a legislação nacional-socialista vigente.

Uma boa alternativa para os voos intercontinentais, para as longuíssimas, compridíssimas, chatérrimas viagens por via férrea ou por estrada, e também para aqueles eventos públicos onde toda a gente, tão saudável que até enjoa, devora comida até à náusea, emborca bebidas alcoólicas até ao vómito e debita parvoíces até ao infinito.

Fumemos aquela porcaria, pois, os e-cigarros. E que se danem os e-nazis.


Este post foi também publicado no blog do Apdeites.

domingo, 3 de agosto de 2008