terça-feira, 22 de julho de 2008

Deixem-nos

O preço por m2, num bairro, desce para metade assim que se instala um ghetto ou um acampamento de ciganos nas imediações; o valor de cada apartamento, num prédio desse bairro, desce para metade no momento em que alguma família cigana compra um deles.

Existem gangs de ciganos especializados nesta espécie de extorsão imobiliária: alguém compra em nome deles e, quando a vizinhança protesta ou o construtor vê fugir os potenciais compradores, eles exigem - para sair - o triplo do sinal que tinham dado (conforme está na lei). Depois, os mesmos repetem o processo no bairro seguinte, ou em outra localidade qualquer. Se, porventura, não lhes for oferecida a "compensação" para saírem, então ficam lá e não pagam nada a ninguém - até que uma ordem de despejo sobrevenha, o que pode levar (muitos) anos.

Toda a gente sabe disto e de muitos outros "esquemas" etnicamente marcados.

Já não falo dos "ricos", porque a esses nada toca. Sempre gostaria de saber quantas pessoas de classe média ficam todas contentes quando, de repente, têm a "sorte" de lhes calhar tão amigável, sossegada, pacata vizinhança. Por exemplo, quantos dos doutos "comentadores" deste assunto, quantos dos que falam pelos cotovelos sobre a "exclusão" e o "preconceito", quantos destes têm ciganos na porta ao lado? Ou, já agora, porque diabo não mudam eles mesmos para a excelente, arejada, saudável e muito "in" Quinta da Fonte?

Preconceituoso? Quem? Eu? Náááá. Não sou eu quem pretende internar à força toda uma raça em campos de extermínio cultural. Não fui eu quem inventou a solução final para um etnia ancestral, fechando todos os seus elementos, sem excepção e violentamente, em horrorosos caixotes de tijolo. Não serei eu, nunca, quem se arrogará o direito de dizer aos ciganos o que é melhor para eles, como, onde e com quem devem viver.

Tenho pelos ciganos a mesma estima que eles têm por mim, isto é, pressupõe-se, absolutamente nenhuma. Mas tenho por eles precisamente aquilo que os ciganos mais prezam: o respeito. Respeito pela sua independência, pelas suas tradições e pelo seu direito inalienável à diferença.

Integração forçada é limpeza étnica.

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