segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Pués que viva Lula!

Eu defendo o fumo em qualquer lugar, diz Lula

LUIZ CARLOS DUARTE
Editor-Geral do Agora

'"Eu defendo, na verdade, o uso do fumo em qualquer lugar. Só fuma quem é viciado." Essa foi a resposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao ser indagado qual a sua opinião sobre o projeto federal que proíbe o fumo em lugares fechados, a exemplo do que foi proposto pelo governador José Serra (PSDB), na semana passada.

Durante a pergunta que lhe foi formulada, Lula fumava uma cigarrilha. Ele concedia entrevista coletiva a jornalistas de oito jornais populares do país, no Palácio do Planalto, ontem de manhã. Naquele momento, não havia repórteres-fotográficos na sala.

O projeto do Ministério da Saúde tramita na Casa Civil, desde fevereiro, e propõe a extinção dos fumódromos em recintos fechados, liberando o cigarro, com algumas exceções, apenas em casa ou na rua.

Lula não quis manifestar sua opinião sobre o mérito do projeto. "Eu não vou propor. A idéia do Ministério da Saúde é a proibição do fumo em todos os lugares fechados. Eu mando o projeto para o Congresso e não voto." Ao ser questionado sobre um decreto que proíbe o fumo no Planalto, o presidente respondeu: "Menos na minha sala. Eu, se for na sua sala, certamente não fumarei porque respeito o dono da sala. Mas, na minha, sou eu que mando".

A Casa Civil afirmou que o projeto federal "está em análise, sem previsão de ser enviado ao Congresso". Informou ainda que o Palácio do Planalto observa a lei 9.294, de 15 de julho de 1996, e o decreto nº 2.018, de 1996. A lei proíbe o uso de cigarro ou qualquer outro produto do gênero em recinto coletivo, privado ou público, salvo em área destinada exclusivamente a esse fim, "devidamente isolada ou com arejamento conveniente". Na prática, não é cumprida no Planalto.

A assessoria do ministro José Gomes Temporão (Saúde) informou que a pasta está priorizando seus esforços na aprovação da emenda 29, que destina mais recursos à saúde. Depois, a prioridade será a lei contra o tabagismo. Segundo a economista Márcia Pinto, o fumo traz prejuízo anual de R$ 338,6 milhões ao SUS, em internações e quimioterapia.

Folha Online


Como todos sabemos, o principal problema do Brasil não é a criminalidade, os raptos, os assassinatos, a selvajaria generalizada, nem a miséria total lado a lado com a opulência absoluta, nem a escravatura moderna e subtil, tampouco a ignorância endémica, a destruição do ambiente e do património. Nada disso. O Brasil é um portentado, uma super-potência mundial de tal forma evoluída que já se dá ao luxo de centrar esforços e de mobilizar meios no combate ao tabagismo, esse perigo horrível.

3 comentários:

Luma Rosa disse...

Acredito que diminuindo o número de fumantes, diminuirá também o número de leitos em hospitais ocupados por pessoas que sofrem de doenças decorrentes da exposição excessiva à fumaça. Aqui também entram os fumantes passivos. Os gastos do Governo com relação à isso é assustador e o nosso presidente se mostra mais uma vez inconsequente tanto na emissão das fumaças como também das palavras. Beijus

JPG disse...

Inacreditável. Uma antitabagista a comentar aqui, no Baforadas.

Pois deixe-me que lhe diga, cara(o) amiga(o), que as suas preocupações não colhem - pelo menos deste lado do Atlântico ou, ainda mais restritamente, com este fumador aqui.

Passo a explicar, em sendo necessário.

«Acredito que diminuindo o número de fumantes, diminuirá também o número de leitos em hospitais ocupados por pessoas que sofrem de doenças decorrentes da exposição excessiva à fumaça. »

Faz muito bem em acreditar. Cada qual acredita naquilo que lhe dá na real gana, por mais absurda que semelhante crença possa ser.

«Aqui também entram os fumantes passivos.»

Aqui, onde? "Entram", como? Fumantes? O que raio é isso? Passivos? Ah, que giro; existem por conseguinte fumantes "activos"? Pronto, ok, não sabia. Julgava, por certo erradamente, que havia fumadores e havia não fumadores. Essa dos "passivos" cheira-me, sem ofensa, a paneleirice.

«Os gastos do Governo com relação à isso é assustador e o nosso presidente se mostra mais uma vez inconsequente tanto na emissão das fumaças como também das palavras.»

É mezmu? "Assustador"? Sei não, viu? Isso daí é uma "emissão de palavras" tão inconsequente quanto a outra (que, para o caso, pouco interessa).

«Beijus»

Pois sim, Disso aí também para si.

Curiosa Qb disse...

Pois claro, o anti-tabagismo é prioridade face à miséria que grassa no Brasil. É preferível uma atmosfera sem nicotina à erradicação das favelas e construção de habitações condignas.
Haja paciência.