Era magra, nervosa, pequenina,
Um nadinha de gente. Assim custava,
E com razão, a perceber que estava
Génio tão mau em cousa tão franzina.
Bater sabia o pé, desde menina,
E a todo o que a servia, escravizava
Por modo tal, que o próprio a quem amava
Em breve maldizia a própria sina.
Tinha sempre de andar no estreito rego,
Que a sua mão lhe impunha com pavor,
De cabeça no chão, como um borrego;
Não dando ao desgraçado adorador
Um momento de paz, nem de sossego!...
Pois era a isto que chamava amor!
Fernandes Costa, «O Eterno Feminino»
Almanaque Bertrand, 1963
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Alda
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário